PF desarticula organização criminosa que produzia e comercializava imagens eróticas de crianças na Deep Web

A Polícia Federal deflagrou, na última quinta-feira (28/4), a Operação Abusou, com objetivo de desarticular organização criminosa que atuava na produção, disponibilização e comercialização de fotos e vídeos de crianças e adolescentes, principalmente brasileiras, em poses sensuais e eróticas, direcionados à pedofilia em websites situados no exterior.

Além de sequestro e bloqueio de bens, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí/SC.

A ação ocorre em endereços da organização, situados em Balneário Camboriú/SC, Santana do Parnaíba/SP e nas capitais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Segundo apurado na investigação, desde o ano de 2001, garotas eram convencidas a serem filmadas e fotografadas com roupas de banho e sem peças íntimas, sob a promessa de que o material seria utilizado para agenciamento de modelos em trabalhos de moda e publicidade, além do argumento de que as fotos seriam exigência das empresas.

Entretanto, as imagens, nomes e perfis de redes sociais eram vendidas na Deep Web,  por meio de sites controlados pelo grupo, em países como a República Tcheca, Estados Unidos e Rússia. Identificou-se, ainda, que essas imagens eram comentadas e compartilhadas por indivíduos que expressavam interesse em abuso sexual infantil e também em fazer contato com as garotas.

Mais de 120 crianças e adolescentes brasileiras, com idades que variam entre quatro e 18 anos, foram identificadas até o momento. Esse investigado foi preso preventivamente hoje.

Os trabalhos policiais tiveram o apoio do Secretariado Geral da Interpol, localizado na cidade francesa de Lyon, tendo em vista que há vários anos as imagens das menores eram reportadas por estarem associadas a pornografia infantil e serem catalogadas no banco de imagens de exploração sexual infantil da Interpol.

Além disso, como parte da cooperação policial entre as autoridades norte-americanas e brasileiras, a Polícia Federal também contou com informações provenientes da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, uma vez que diversos integrantes da organização criminosa eram cidadãos norte-americanos condenados por crimes sexuais contra crianças.