Muitas empresas, especialmente no setor de varejo, estão terceirizando suas aplicações para fornecedores externos. Essa prática, enquanto parece vantajosa em termos de custos e eficiência, pode trazer sérios riscos para a segurança de dados críticos.
Nos últimos meses, estamos testemunhando uma onda de ataques direcionados a empresas de varejo, explorando exatamente as vulnerabilidades introduzidas por essa terceirização. Esse cenário escancara uma realidade: confiar sem questionamento na cibersegurança de um fornecedor é um erro grave.
Para evitar esses riscos, é fundamental que as empresas exijam auditorias e testes de invasão (pentests) regulares de seus fornecedores. Além disso, é importante garantir que essas auditorias sejam conduzidas por empresas de cibersegurança reconhecidas no mercado, com relatórios detalhados que incluam provas de conceito, evidências técnicas que comprovem a veracidade dos resultados.
Já não basta mais realizar um ou dois pentests por ano, o intervalo entre eles deve ser no máximo de três meses, garantindo que novas vulnerabilidades e ameaças sejam constantemente identificadas e corrigidas. A frequência é essencial: ameaças estão em constante evolução, e intervalos longos deixam brechas críticas abertas.
A cibersegurança da sua empresa e de seus clientes depende de uma postura ativa e rigorosa com seus fornecedores. Exija auditorias frequentes e relatórios completos com provas reais, garantindo que a cibersegurança seja tratada com a seriedade que merece.
Uma abordagem mais avançada para mitigar os riscos associados à terceirização é implementar um programa robusto de TPRM (Third-Party Risk Management). O gerenciamento de riscos de terceiros vai além de pentests isolados: trata-se de avaliar continuamente a postura de segurança dos fornecedores, com critérios claros de seleção, auditorias frequentes e monitoramento ativo. Um bom programa de TPRM exige a criação de políticas específicas, como requisitos mínimos de cibersegurança, e inclui ferramentas de monitoramento que detectam mudanças no comportamento ou vulnerabilidades críticas em tempo real. Essa visão proativa reduz a dependência da confiança cega e coloca a segurança como um pilar central em todas as relações com fornecedores.