Grupo Chinês Ghost Espalha Ransomware em Mais de 70 Países

Um novo relatório de inteligência de ameaças revelou como um grupo de cibercriminosos chineses está conduzindo ataques globais com motivação financeira, atingindo setores críticos como governo, energia, indústria, finanças e saúde. O grupo, apelidado de Ghost, tem sido particularmente ativo na América do Norte e no Reino Unido, com ações de ransomware altamente destrutivas que visam lucros e não estão vinculadas a interesses estatais. De acordo com os pesquisadores, os ataques são organizados por um grupo chinês sem ligações conhecidas com o governo e motivado puramente por ganhos econômicos.

A pesquisadora Rebecca Harpur explica que o grupo já utilizou diversos nomes como Cring, Crypt3r, Hello e Phantom, estratégia que dificulta a identificação consistente de suas operações. A constante mudança de identidade também complica o rastreamento por parte das autoridades, como o FBI e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos Estados Unidos, que já emitiram alertas conjuntos sobre a ameaça representada pelo Ghost em mais de 70 países. A metodologia dos ataques segue um padrão bem definido. A invasão começa pela exploração de vulnerabilidades não corrigidas em sistemas expostos à internet, como servidores web, e-mail e dispositivos de VPN. Uma vez dentro da rede, os hackers instalam backdoors utilizando web shells e ferramentas como o Cobalt Strike, criam novas contas de usuário, desativam softwares de segurança e escalam privilégios administrativos.

Com acesso elevado, os criminosos se movem lateralmente pela rede e realizam a extração silenciosa de dados sensíveis para servidores controlados pelo grupo. Na fase final do ataque, o ransomware é implantado nos sistemas comprometidos, normalmente com o nome de Ghost.exe ou Cring.exe. Todos os arquivos são criptografados, os backups são apagados e uma nota de resgate é exibida em cada máquina, ameaçando a perda definitiva dos dados ou sua divulgação pública caso o pagamento não seja efetuado. Embora ataques a hospitais sejam menos frequentes do que a outros alvos, o histórico recente mostra que a área da saúde continua vulnerável.

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