O governo dos Estados Unidos, em parceria com aliados internacionais, está oferecendo uma recompensa de até US$ 10 milhões por informações sobre o grupo hacker russo conhecido como Cadet Blizzard. A organização, que tem ligações com a Diretoria Principal de Inteligência do Estado-Maior da Rússia (GRU), é acusada de realizar operações cibernéticas contra alvos globais, especialmente focando em espionagem, sabotagem e danos reputacionais desde, pelo menos, 2020. Desde o início de 2022, o foco principal do Cadet Blizzard tem sido interromper esforços de ajuda à Ucrânia, com ataques direcionados a setores críticos, como serviços governamentais, financeiros, transporte, energia e saúde.

Esses ataques não se limitam à Ucrânia, afetando também países da OTAN, União Europeia, América Central e Ásia, em um esforço coordenado para desestabilizar suas infraestruturas. O grupo, também conhecido por vários outros codinomes como Ember Bear, FROZENVISTA e Ruinous Ursa, ganhou notoriedade em janeiro de 2022 ao lançar o malware destrutivo WhisperGate contra organizações ucranianas, pouco antes da invasão militar russa à Ucrânia. Esse malware é usado para apagar dados e causar destruição em redes comprometidas, e sua implementação causou grandes danos a instituições ucranianas.

Além das sanções e processos, o Departamento de Justiça dos EUA já indiciou cinco oficiais russos ligados à Unidade 29155 do GRU por conspirarem para invadir redes e cometer fraude eletrônica contra alvos na Ucrânia e em outros 25 países da OTAN. Entre os indiciados estão oficiais de alta patente do GRU, responsáveis por coordenar operações cibernéticas destrutivas. A recompensa oferecida pelos EUA visa capturar informações sobre o paradeiro desses oficiais ou detalhes de suas atividades cibernéticas. O Cadet Blizzard também é associado a tentativas de golpe, sabotagem e operações de influência em toda a Europa, além de atuar em ciberoperações ofensivas, como roubo de informações sensíveis e destruição de sistemas críticos.