O cibercrime no Brasil atingiu um novo nível de sofisticação. Não se trata mais de ataques genéricos espalhados pela internet, mas de operações direcionadas, planejadas e altamente lucrativas. Grupos criminosos estão estudando suas vítimas com precisão cirúrgica, identificando brechas reais e explorando falhas específicas com foco total em retorno financeiro. Empresas de todos os portes estão na mira especialmente as que acham que “antivírus e firewall” são suficientes.
Hoje, criminosos acessam bancos de dados vazados, compram credenciais internas e monitoram superfícies de ataque expostas. Eles não estão tentando a sorte. Estão explorando alvos que já sabem estar vulneráveis. E quando encontram sistemas mal configurados, acessos desprotegidos ou versões desatualizadas, a invasão se torna inevitável. O prejuízo não é apenas técnico, mas estratégico: perda de dados, sequestro de informações, chantagem pública e, em muitos casos, falência.
O que torna tudo ainda mais grave é que a maioria das empresas brasileiras ainda pensa em cibersegurança de forma reativa. Contratam um antivírus, atualizam um firewall e acham que estão protegidas. Enquanto isso, os cibercriminosos já passaram dessa fase. Eles testam sistemas com as mesmas técnicas que Red Teams e especialistas em pentest usam para simular ataques mas com um detalhe: eles não avisam quando encontram uma falha. Eles exploram.
Investir em cibersegurança ofensiva deixou de ser diferencial e passou a ser questão de sobrevivência. Pentests reais, Red Team com foco em simular ataques modernos, mapeamento contínuo da superfície de ataque: tudo isso deveria estar em operação antes de qualquer auditoria ou incidente. A pergunta não é mais “e se acontecer?”, mas sim “quando vão descobrir a próxima brecha?”. E se for um criminoso antes da sua equipe, o estrago já estará feito.
Em uma pesquisa recente conduzida pela empresa de cibersegurança ofensiva HackerSec, foi constatado que os ataques cibernéticos no Brasil estão não apenas aumentando em volume, mas se tornando mais sofisticados e devastadores. O dado mais alarmante é que os criminosos não miram apenas a empresa alvo principal, mas também seus fornecedores e parceiros, ampliando o dano e criando um efeito cascata que compromete toda a cadeia de confiança. Isso transforma qualquer empresa conectada em um possível ponto de entrada para invasores.
A nova era do cibercrime no Brasil é dirigida, silenciosa e fatal. E só há uma forma de combatê-la com seriedade: pensar como o atacante antes dele agir. Segurança reativa ficou no passado. Quem ainda insiste em esperar pelo ataque só descobrirá que era tarde demais quando a primeira notificação de vazamento cair na mídia ou na mesa do jurídico.