Autoridades russas acusaram formalmente um hacker de alto perfil por desenvolver malware utilizado para extorquir organizações comerciais, anunciou o Ministério do Interior da Rússia na semana passada. A agência estatal russa RIA Novosti, citando fontes anônimas, relatou que o suspeito é Mikhail Matveev, conhecido como Wazawaka, afiliado a grupos de ransomware como Babuk, Conti, DarkSide, Hive e LockBit. Um pesquisador de segurança, sob o pseudônimo “club1337”, afirmou no último domingo ter entrado em contato com Wazawaka, que confirmou ter sido acusado na Rússia.
Segundo o pesquisador, Matveev relatou ter pago duas multas e ter tido uma quantidade substancial de criptomoedas confiscada. Ele estaria atualmente em liberdade sob fiança, sem ferimentos, aguardando os próximos passos do processo legal. Essa informação, no entanto, não foi verificada de forma independente por outras fontes. O procurador-geral da Rússia divulgou um comunicado na semana passada indicando que um hacker de 32 anos foi acusado sob o Artigo 273 do Código Penal do país, que criminaliza a criação ou o uso de software projetado para danificar, interromper ou manipular sistemas de informação ou dados. Se considerado culposo, Matveev pode enfrentar até quatro anos de prisão ou uma multa significativa.
De acordo com a investigação, Matveev teria desenvolvido malware em janeiro deste ano com o objetivo de obter lucros ilícitos. Ele teria planejado usar o software para criptografar dados de organizações comerciais e exigir um resgate em troca da descriptografia, afirmaram os promotores russos. Além disso, em fevereiro deste ano, as autoridades russas identificaram e prenderam três supostos membros do grupo local de ransomware SugarLocker. Os julgamentos de dois suspeitos associados ao grupo terminaram em novembro, com Alexander Ermakov recebendo dois anos de liberdade condicional e Mikhail Lenin sendo declarado mentalmente incapaz, com a corte determinando medidas médicas compulsórias.