Pavel Durov, fundador e CEO do popular aplicativo de mensagens Telegram, foi preso na França no último sábado, de acordo com a rede de televisão francesa TF1. A prisão de Durov está relacionada a uma investigação preliminar conduzida pelas autoridades francesas, que apontam falhas na moderação de conteúdo na plataforma. Segundo a TF1, a investigação foi iniciada devido à falta de moderação de conteúdos ilegais no Telegram, o que teria transformado o aplicativo em um ambiente propício para atividades criminosas.
As autoridades francesas criticaram a abordagem permissiva do Telegram em relação à moderação de conteúdo. O aplicativo é amplamente conhecido por seu enfoque na privacidade e na liberdade de expressão, mas essa postura também permitiu que criminosos se aproveitassem da plataforma para organizar operações ilegais, distribuir malware e vender dados roubados. Segundo um relatório divulgado recentemente, o Telegram se tornou um ponto central para cibercriminosos, tanto veteranos quanto novatos, que utilizam o aplicativo para trocar ferramentas ilícitas e informações. O relatório descreveu o Telegram como um “mercado movimentado” de ferramentas cibernéticas e dados de vítimas, criando uma cadeia de fornecimento bem organizada para atividades criminosas.
O Telegram, com sede em Dubai, conta com mais de 950 milhões de usuários ativos mensais, de acordo com dados de julho de 2024. Recentemente, o aplicativo lançou um navegador embutido e uma Mini App Store, transformando-o em um super aplicativo, semelhante ao WeChat da Tencent, oferecendo uma ampla gama de serviços além da troca de mensagens. A prisão de Durov levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas de comunicação em relação ao conteúdo que circula em seus sistemas. Enquanto o Telegram se destaca pela proteção à privacidade dos usuários, as autoridades estão cada vez mais preocupadas com o uso da plataforma para fins ilegais, o que pode exigir uma revisão nas políticas de moderação.