Com a exigência de que todas as vulnerabilidades sejam primeiro relatadas ao governo chinês, a pesquisa de vulnerabilidades, antes privada, tornou-se uma mina de ouro para os programas de cibersegurança ofensivos da China. Nas últimas décadas, os hackers chineses evoluíram de participantes hesitantes em competições globais para jogadores dominantes. O governo chinês está aplicando essas descobertas para fortalecer suas capacidades cibernéticas.
Os hackers civis têm beneficiado diretamente os programas ofensivos da China, um exemplo do sucesso da pipeline de cibersegurança que o governo criou ao exigir que todas as vulnerabilidades sejam relatadas às autoridades governamentais. Segundo Eugenio Benincasa, pesquisador do Centro de Estudos de Segurança (CSS) da ETH Zurique, ao se posicionar estrategicamente como destinatário final no processo de divulgação de vulnerabilidades, o governo chinês aproveita seus pesquisadores civis em larga escala e sem custo.
O relatório de inteligência de código aberto surge enquanto os Estados Unidos, Austrália, Japão, Coreia do Sul e outras nações da região Ásia-Pacífico lutam para melhorar suas defesas cibernéticas contra os grupos de ameaças persistentes avançadas (APT) da China. Recentemente, autoridades dos EUA alertaram que a China estava comprometendo infraestruturas críticas para posicionar seus hackers militares para futuros conflitos. A pipeline robusta de cibersegurança da China, desde competições universitárias até explorações que habilitam operações cibernéticas militares, destaca os benefícios do foco do país em cibersegurança prática.