De acordo com pesquisadores de várias organizações de direitos digitais, esta é a primeira instância conhecida de Pegasus sendo usado em meio a uma guerra.
O software de espionagem, desenvolvido pelo NSO Group de Israel, visou jornalistas, ativistas, funcionários do governo e civis armênios durante a guerra entre Armênia e Azerbaijão na região disputada de Nagorno-Karabakh no outono de 2020.
A investigação sobre o uso do spyware começou em 2021, quando a Apple enviou notificações para os usuários alertando-os sobre possíveis alvos de spyware patrocinado pelo estado.
Diversas pessoas da Armênia contataram as organizações de direitos digitais CyberHUB-AM e Access Now para verificar seus dispositivos em busca de evidências de tal spyware.
A investigação identificou 12 indivíduos cujos dispositivos Apple foram alvo do spyware em vários momentos entre outubro de 2020 e dezembro de 2022.
Entre eles, estavam um defensor dos direitos humanos armênio, dois jornalistas da Radio Free Europe’s Armenian Service, um funcionário das Nações Unidas, um ex-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Armênia e sete representantes da sociedade civil armênia.
O Pegasus é capaz de acessar chamadas, mensagens e fotos no telefone de uma vítima, ativar a câmera e o microfone do dispositivo e rastrear sua localização.
A utilização do Pegasus em meio à guerra é especialmente alarmante, pois contribui para e facilita graves violações dos direitos humanos e até mesmo crimes de guerra, segundo os pesquisadores.